Uma pesquisa conduzida pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em colaboração com o Banco Mundial e o Ministério da Economia revelou que a maioria dos servidores públicos deseja ter a opção de trabalhar remotamente em tempo integral, mesmo após o fim da pandemia de covid-19. De acordo com o estudo intitulado “Retorno Seguro ao Trabalho Presencial,” cerca de 45% dos servidores públicos federais manifestaram interesse em ter essa alternativa.
O levantamento abrangeu 42.793 servidores de 19 órgãos governamentais, incluindo União, estados e municípios, e foi realizado durante os meses de agosto e setembro de 2020. Notavelmente, a grande maioria das respostas veio de servidores federais, totalizando 99% dos participantes.
Os resultados da pesquisa também destacam que apenas 12% dos servidores se sentiriam confortáveis em retornar ao trabalho em regime de tempo integral. No entanto, 35% estariam dispostos a voltar em esquema de escalonamento ou alternância de dias. Surpreendentemente, 38% dos servidores se mostraram totalmente contrários ao retorno ao trabalho presencial.
Quanto à percepção sobre os planos de suas organizações em relação ao retorno, aproximadamente 34% dos servidores afirmam que suas organizações têm um plano claro, enquanto 32,6% dizem que suas organizações não possuem planos definidos, e outros 33,5% alegam não saber.
Em relação à modalidade de retorno ao trabalho presencial, a maioria esmagadora (57%) dos servidores gostaria de adotar turnos ou dias alternados. Apenas 4,8% esperam que todos os profissionais voltem ao mesmo tempo. Quanto à saúde e segurança no local de trabalho, os servidores indicaram que os protocolos desejados incluem a desinfecção diária das áreas de trabalho e espaços comuns, distanciamento social, horários flexíveis e verificação de temperatura.
Segundo a opinião de 66% dos funcionários públicos, o retorno ao trabalho presencial deveria ocorrer a partir de janeiro de 2021, no mínimo.
As principais preocupações apontadas pelos servidores incluem o temor de contrair a covid-19 no local de trabalho e infectar seus familiares (90%). Além disso, preocupações relacionadas à falta de locais adequados para deixar as crianças (43%) e limitadas opções de transporte para o trabalho (61%) foram destacadas.
A obrigatoriedade do uso de máscaras foi apoiada por 42% dos entrevistados.
Recentemente, o Ministério da Economia emitiu uma Instrução Normativa com diretrizes para um retorno gradual e seguro ao trabalho presencial. Entre as medidas estabelecidas, a instrução normativa estipula que a presença de servidores e funcionários públicos em cada ambiente de trabalho não deve exceder 50% da capacidade física. Além disso, é necessário manter um distanciamento mínimo de um metro.
No que diz respeito à distribuição das respostas por órgão, o Ministério da Educação liderou com o maior percentual de participação (34,9%), seguido pelo Ministério da Economia (19,9%). Em relação ao trabalho remoto em tempo integral, as instituições com maior percentual de servidores nessa modalidade entre abril e julho incluem a Controladoria-Geral da União, o Ministério do Turismo, a Advocacia-Geral da União e o Ministério da Economia.