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Jornal Folha de Goiás – Como funciona o transplante de órgãos e de medula óssea entre pessoas vivas

Nos últimos quatro anos, segundo o Ministério da Saúde, foram realizados mais de 15 mil transplantes entre pessoas vivas no SUS

Para a realização do transplante de órgãos, existem dois tipos de doadores: o vivo e o falecido. No segundo caso, é a família quem autoriza a doação. Mas como funciona o transplante de uma pessoa viva? Nem todo mundo sabe, mas é possível doar em vida um dos rins, parte do fígado, parte dos pulmões ou medula óssea. Nesses casos, a legislação brasileira permite que cônjuges e parentes de até quarto grau sejam doadores. Para pessoas que não são parentes, só é possível com autorização judicial, exceto nos casos de doação de medula óssea.

No Brasil, nos últimos quatro anos, segundo o Ministério da Saúde, foram realizados mais de 15 mil transplantes entre pessoas vivas no Sistema Único de Saúde (SUS). A modalidade é possível desde que não impeça o organismo do doador de continuar vivo e não ofereça risco para a sua integridade.

Como funciona?

Em relação ao transplante de medula óssea, a busca por doadores pode ser feita no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o terceiro maior banco de doadores do mundo. Esse tipo de transplante pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias. Os doadores brasileiros cadastrados no Redome podem atender pacientes no Brasil e também em outros países. Vale destacar que eles podem ser consultados para que confirmem a intenção anos após o cadastro, por isso é importante manter os dados atualizados.

Veja as principais condições que podem ser beneficiadas com o transplante entre pessoas vivas:

  • Rim: insuficiência renal crônica;
  • Fígado: doença hepática crônica ou hepatite fulminante;
  • Pulmão: casos graves de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),
    hipertensão pulmonar ou fibrose cística;
  • Medula óssea: doenças que afetam as células do sangue, como leucemias e linfomas.

Quais os riscos?

Além dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, os principais problemas são infecção e rejeição. Para controlar esses efeitos, a pessoa transplantada usa medicamentos pelo resto da vida. Transplante não é cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida com qualidade.

No caso do transplante de fígado, o doador pode ter problemas como dor abdominal, sangramentos e fístula biliar, por exemplo. A dor é comum no pós-operatório devido ao trauma da cirurgia, já as outras complicações são menos frequentes. O risco de morte é pequeno, menos de 1% para quem doa uma parte do fígado. Além do mais, até 70% do fígado pode ser doado, uma vez que ele se regenera.

Em relação ao procedimento de rim, é necessário um órgão inteiro, assim o voluntário passa a viver com apenas um deles, mas que é capaz de exercer as funções renais normalmente. Caso semelhante ocorre no transplante de pulmão.

Como os dois pulmões juntos têm no total cinco lobos — dois no pulmão esquerdo e três no direito, geralmente são retirados um ou dois para doação. O pulmão do doador não voltará a ter o mesmo tamanho, como acontece com a regeneração do fígado, entretanto, os lobos restantes serão capazes de desempenhar as funções respiratórias de maneira satisfatória.

A doação de medula óssea é a modalidade mais simples, comparada a de órgãos sólidos. A retirada pode ser feita de duas formas: uma consiste em punções no osso da bacia feitas em centro cirúrgico, com anestesia geral; e a outra é realizada por coleta de sangue na veia, sem anestesia. Os riscos são mínimos em ambos os casos, e a medula se recupera em poucas semanas. Caso o procedimento escolhido seja o de punções, a alta do doador ocorre no dia seguinte ao procedimento.

É importante ressaltar que nem todas as pessoas podem ser doadoras em vida. Para isso, é necessário apresentar boas condições de saúde comprovadas por exames médicos, sendo que gestantes não podem doar de órgãos. Em relação à medula óssea, a prática só é permitida quando não oferecer riscos à saúde.

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