A imunização contra a coqueluche é primordialmente realizada através da vacina pentavalente para crianças até seis meses de idade. Em 2023, a cobertura vacinal em Goiás foi de apenas 78,19%, segundo dados do Governo de Goiás e da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Diante dos surtos da doença de alta transmissibilidade, especialmente em países da Ásia e Europa, a SES-GO reforça a importância da vacinação.
No final de maio deste ano, o Ministério da Saúde emitiu uma Nota Técnica recomendando o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica da coqueluche no Brasil, em resposta ao cenário global. A imunização inicial é feita com a vacina pentavalente, aplicada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de vida. Reforços com a vacina DTP são necessários aos 15 meses e aos 4 anos para garantir a proteção efetiva contra a doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda a vacina dTpa para gestantes, puérperas e profissionais da saúde.
Caracterizada por sintomas como tosse seca, febre e cansaço, a coqueluche pode levar a complicações severas como pneumonia, desidratação e paradas respiratórias. No Brasil, a doença é controlada pela vacinação, mas a queda nas coberturas vacinais desde 2016 preocupa as autoridades de saúde. O último pico de coqueluche no país ocorreu em 2014.
Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES, destaca a necessidade de manter a imunização em dia: “A coqueluche, conhecida como tosse comprida, foi praticamente erradicada em muitos países graças à vacinação, mas está ressurgindo. Nas formas mais graves, a doença pode ser fatal.”
Em Goiás, os casos são baixos, com apenas um confirmado em 2022 e um em 2024, sem óbitos. Em 2023, não houve registros. No entanto, a cobertura vacinal da pentavalente está abaixo do ideal, com índices de 76,12% em 2022 e 78,19% em 2023, enquanto o Ministério da Saúde recomenda uma cobertura acima de 90%.
“Se não melhorarmos essa cobertura vacinal, poderemos enfrentar surtos aqui também. É crucial que as crianças completem o esquema vacinal. Na dúvida, leve seu filho ao posto de saúde com o cartão de vacinação”, reforça Flúvia Amorim.
A situação internacional é alarmante. Em maio deste ano, a União Europeia relatou um aumento da coqueluche em 17 países, com 32.037 casos notificados entre 1 de janeiro e 31 de março de 2024. Na China, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças informou 32.380 casos e 13 óbitos em 2024.