A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional, caracterizado pelo esgotamento físico e mental decorrente de condições de trabalho desgastantes. A exaustão extrema, característica dessa doença, é bastante comum em profissões com excesso de responsabilidade, longas horas de atuação e situações estressantes.
No topo da lista de profissionais com os mais altos índices de Burnout, estão os indivíduos que atuam na área da saúde. Uma pesquisa realizada pela PEBMED, healthtech de conteúdo para médicos, identificou que 78% dos profissionais de saúde tiveram sinais de Burnout durante a pandemia.
A ocorrência e prevalência da Síndrome de Burnout em profissionais da saúde está, provavelmente, associada com as cargas horárias pouco flexíveis, falta de estrutura e equipamentos adequados, riscos de contaminação e, principalmente, o estresse decorrente de ser, em partes, responsável pela saúde e bem-estar de outras pessoas.
A combinação entre esses fatores pode trazer à tona a manifestação dos 3 pilares do Burnout, definidos pela psicóloga social Christina Maslach, conhecida por suas pesquisas sobre esgotamento profissional:
- Exaustão emocional: relacionada com o excesso de esforço, causando sentimentos de sobrecarga e esgotamento dos recursos físicos e emocionais.
- Despersonalização: caracterizada pelo distanciamento, falta de empatia ou indiferença do indivíduo acometido, que pode apresentar insensibilidade afetiva e afastamento.
- Redução da realização pessoal: relacionada à diminuição da autoestima, que faz com que o indivíduo apresente pensamentos e ideias negativas sobre si mesmo, suas competências e as atividades que realiza.
A partir disso, é possível observar diversos sintomas do Burnout, de ordem física e emocional:
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Dores de cabeça e musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Insônia;
- Dificuldades de concentração;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de fracasso, incompetência, derrota e insegurança;
- Alterações repentinas de humor;
- Pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos.
Vale lembrar, ainda, que o estresse crônico, presente nesse quadro de esgotamento, é responsável por liberar substâncias estimulantes, como adrenalina, cortisol e norepinefrina, que podem enfraquecer o sistema imunológico e causar doenças psicossomáticas.
Portanto, é fundamental reconhecer o problema e tratá-lo corretamente. Em geral, o tratamento da Síndrome de Burnout inclui a psicoterapia e o uso de antidepressivos. Além disso, é altamente indicado realizar atividades físicas e reservar um tempo para momentos de descontração e lazer. Nesse processo de cura, é muito importante avaliar quais condições de trabalho estão prejudicando a saúde física e mental, além de tentar encontrar mecanismos para contornar tais problemas.
Caso tenha alguns dos sintomas, procure o psiquiatra para avaliação!
Dr. Danilo de Melo
CRM-GO 13624 / RQE 12082
Psiquiatra e Psicoterapeuta
-Membro da Associação Psiquiátrica de Goiás – APG;
-Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP.
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