O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), encerrou o ano de 2023 com uma surpreendente queda de 3,18%. Essa marca torna o ano de 2023 notório na série histórica, estabelecendo o menor IGP-M já registrado. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (28), deixando claro que o índice é popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, pois frequentemente influencia os reajustes anuais de locações residenciais e comerciais.
Este resultado marca uma significativa inflexão em relação aos anos anteriores, onde o índice atingiu patamares muito mais elevados. Em 2020, por exemplo, fechou em alarmantes 23,14%, enquanto 2021 manteve-se na casa dos dois dígitos, com 17,78%. O ano anterior, 2022, indicou uma desaceleração, embora ainda positiva, registrando 5,45%.
O IGP-M é composto por três grupos de preços distintos: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que registrou uma notável queda de 5% – a menor taxa já registrada. Dentro desse componente, destacam-se os impactos negativos em produtos como soja (-21,92%), milho (-30,02%) e óleo diesel (-16,57%).
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 2023, que influencia mais diretamente as famílias, fechou o ano com um aumento de 3,4%. Os maiores impactos positivos vieram dos itens gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) terminou o ano com um incremento de 3,32%.
É importante ressaltar que, embora seja conhecido como o índice que afeta os contratos de aluguel, um IGP-M negativo não garante automaticamente que os valores de aluguel serão reduzidos. Isso ocorre porque alguns contratos incluem a cláusula “reajuste conforme a variação positiva do IGP-M”, o que implica que apenas variações positivas no índice resultarão em ajustes para cima nos contratos de aluguel.