O Ministério da Agricultura e Pecuária lançou, no painel do 5º Encontro dos Adidos Agrícolas Brasileiros em Brasília (DF) um programa inovador de recuperação de pastagens degradadas. Esta iniciativa, aguardada com expectativa pelo Governo Federal, promete dobrar a produtividade agropecuária brasileira em uma década, sem a utilização ou comprometimento de áreas de floresta nativa. Além disso, ganhará destaque na participação brasileira na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28).
Os adidos agrícolas, profissionais designados pelo Mapa para representação diplomática no exterior, desempenham um papel crucial na abertura de mercados para o agronegócio brasileiro, identificando oportunidades de comércio, investimentos e cooperação. Sua participação na divulgação desse programa para autoridades e investidores estrangeiros é de extrema relevância.
Marcel Moreira, diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Mapa e mediador do painel, ressaltou a importância de uma estratégia cuidadosa na divulgação do programa. Ele enfatizou as diferenças de perspectivas, mencionando que enquanto no Brasil se aposta em uma agropecuária intensiva, na Europa há uma política de desestímulo nesse sentido.
“Divulgar o programa com estratégia é muito importante. Para nós, ele faz muito sentido, mas um interlocutor, dependendo de quem seja, pode receber de uma forma diferente.”
Moreira também destacou a natureza social do programa, apontando as diversas condições e amarras sustentáveis que serão aplicadas aos agricultores que buscarem os recursos. “Os agricultores que vão captar os recursos serão obrigados a aplicar várias técnicas, e há diversas condições de certificação e rastreabilidade.”
Pedro Neto, secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, explicou o papel da SDI no apoio ao programa de conversão de áreas degradadas. Ele enfatizou a necessidade de acelerar e dinamizar esse processo de recuperação de pastagens, destacando o importante papel dos adidos nesse contexto.
O painel também contou com a participação do presidente do comitê gestor do portfólio Amazônia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Judson Valentim. Valentim apresentou dados relevantes sobre a produtividade potencial da agropecuária brasileira e tecnologias desenvolvidas pela Embrapa para a recuperação de pastagens degradadas.
Já Jaime Pinto Jr., diretor de agronegócios do Banco do Brasil, abordou aspectos técnicos de interesse para possíveis investidores estrangeiros durante sua apresentação.
Ao término do painel, os adidos tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre taxas de juros, risco, garantias e o funcionamento prático da captação de investimentos de entes e fundos internacionais para o programa. Questões técnicas sobre sequestro de carbono e particularidades da recuperação de pastagens em diferentes biomas também foram temas centrais de discussões e esclarecimentos.